“Em nome do silêncio, cada uma de nós evoca a expressão de seu próprio medo – o medo do desprezo, da censura ou de algum julgamento, do reconhecimento, do desafio, da aniquilação. Mas, acima de tudo, penso que tememos a visibilidade sem a qual não vivemos verdadeiramente.”
Audre Lorde
A Línguamãe surge como uma oficina de leitura e escrita sobre literatura e maternidade que nasceu junto com a pandemia em 2020. Mais do que uma oficina, os encontros tornaram-se um espaço de resistência e pensamento das mães durante o isolamento social causado pelo COVID-19 até os dias de hoje. As oficinas online são um legado deste tempo e desde então a línguamãeseguiu crescendo sua comunidade com clubes de leitura e aulões para além da oficina tradicional.
A leitura e escrita sobre a maternidade convida todas as pessoas que tenham interesse no tema para encontrar na literatura um refúgio que as ajude a atravessar esse processo do maternar (coisa, pessoa, projeto), criando identificação, acolhimento e servindo como ferramenta de elaboração. Principalmente o que se quer com esta oficina é que possamos identificar quais são os silêncios que carregamos, e como podemos trabalhá-los para fortalecer a nossa voz e escrever as nossas próprias histórias. Para Ursula K. Le Guin é na língua-mãe que todas as histórias são contadas. E ainda, a autora vai dizer que a “língua-mãe é língua não apenas como comunicação, mas como relação, relacionamento. Ela conecta. Ela vai para vários lugares, de várias formas, faz trocas, cria redes. Seu poder não é de dividir, mas de ligar, não é de distanciar, é de unir.” E é isso que queremos. Vamos nos aliar aos textos além de Le Guin também de Audre Lorde, Anne Boyer e Elena Ferrante e teremos sempre um exercício de escrita ao final de cada aula.
A oficina é gratuita e online.
Datas e horários:
18 de julho (terça-feira) 18h – 20h.
20 de julho (quinta-feira) 18h – 20h.
Inscrições encerradas.

Gabriela do Amaral (Niterói-RJ, 1987) vive e trabalha entre Brasil e Portugal. É poeta, designer e pesquisadora independente. Em 2019 concluiu o mestrado em Estudos Literários, Culturais e Interartes pela Universidade do Porto. Tem graduação em Desenho Industrial pela Universidade de Brasília e especialização em Estudos Brasileiros: Sociedade, Educação e Cultura pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Autora de “Acidentes Tropicais” (Quelônio, São Paulo, 2019), “Cloro” (Flan de Tal, Vila do Conde, 2019), “Língua-mãe” (Fresca, Porto, 2021) que no Brasil foi publicado com o título de “Pequenas Erupções” (Ed.7letras, Rio de Janeiro, 2022). Faz parte das antologias de poesia: “Terceira Margem: Poesia de Portugal e do Brasil” (Enfermaria 6, Portugal, 2019), “Volta pra tua Terra! uma antologia antirracista/antifascista de poetas estrangeirxs em Portugal” (Urutau, Galiza/Portugal/Brazil, 2021) e “110 anos, 110 poetas – Antologia Comemorativa dos cento e dez anos da U.Porto” (U.Porto Press, Portugal, 2021). Em 2020, co-fundou o línguamãe, coletivo que investiga as intersecções entre o cuidado e outras práticas artísticas. Escreve sobre temas da língua, exílio e maternidade e conduz através de plataformas online encontros sobre escrita, leitura, maternidade e produção feminista.