A culpa
culpa pela culpa
culpa pela culpa da culpa
Maternidade é território de ambiguidades,
dos paradoxos elevados ao amor.
Sentir os dois lados da moeda.
A cara se expõe às raivas, tapas e frustrações da cria.
A coroa torna a mãe rainha da paciência e da sublimação.
Nas duplicidades, quem somos nós?
Comprometidas com a busca por essa essência
que se sustenta
na transformação avassaladora.
Quais serão os novos adornos, que simbolizarão quem somos
após a ruptura do parto?
As velhas roupas já não servem e não interessam mais.
As formas de estar no mundo já não são as mesmas.
Mas quais são agora?
Procuro meu eu, sem me perder de mim.