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gravidez
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.: Quatro corpos
Quatro corpos
Cris MoreiraO meu corpo produziu, ao mesmo tempo, quatro rins, quatro pulmões, dois fígados, dois apêndices (que dizem não servir para mais nada, mas continuam sendo produzidos e exigindo uma imensa energia desse outro corpo que o produz).
Durante 28 semanas, dois corações, além do meu, bateram no meu corpo. […] -
.: Pequenas erupções [fragmentos]
Pequenas erupções [fragmentos]
Gabriela do Amaralpesquiso tantos símbolos
as pirâmides ou a lógica do corpo na poesia
pesquiso os cervos
os planetas
o que pode significar
a estrela cadente na poesia amorosa […] -
.: Gravilândia
Gravilândia
Patrícia Azevedo da SilvaQuando engravidei, o mundo parou numa espécie de fricção de onde se soltaram uns pós e – earthseeds – caíram na terra. […]
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.: O começo do outro
O começo do outro
Val Prochnoweu fui aquilo que jamais ousei. era algum lugar impreciso e o corpo sabia. o começo do outro, o vazio daquela barriga impossível. eu já não fui. sentada numa cadeira vermelha da cor do sangue que ainda despenca entre as pernas, eu não sabia
que o sangue ainda permaneceria. eu fui o sangue. […] -
.: Tom Sereno
Tom Sereno
Fernanda de Almeidame, Sereno. Que eu chamo baixinho enquanto deixo a água cair barulhenta sobre a barriga redonda e imensa. Barriga-casa. Corpo-mãe. Teus chutes inesperados enquanto meu sono chega. O estômago esmagado, tentando digerir a janta e os dias – essa contagem regressiva que tantas vezes me apavora. […]
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.: mãe/solo/fértil
mãe/solo/fértil
tatiana nascimentoeu não sou
virgem, nem santa, nem sou s
agrada, mas tive o ventre
livre feito terra farta pra
feitura do mistério
(ele está no meio de nós
entre os lapsos, des
compassos, dist
ânsia & how
dare you […] -
.: Da dor e do amor
Da dor e do amor
Dulci LimaNascemos. Em abril de 2013, minha filha e eu nascemos, ela para o mundo e eu como mãe. Nunca almejei ser mãe, não sonhei ter filhos. Gostava mais das brincadeiras de rua e de professora do que de bonecas. Amava mesmo os livros!
Minha filha foi um acontecimento inesperado, resultado de um amor não correspondido […] -
.: Eu carrego tudo o que sou pelo meu ventre
Eu carrego tudo o que sou pelo meu ventre
Analu CristinaToda a dor do passado
as sementes germinadas
no útero de minhas avós
nutridas com seu sangue
suas lágrimas e sua força
eu carrego
os frutos de sua carne
galhos
trilhas tortuosas
tronco firme também […] -
.: Ao fim da dança
Ao fim da dança
Isabel Ramos Monteirodois mil e vinte, dois mil e vinte um, vinte dois, tal qual os autores com os quais trabalho, me vejo assombrada por um desejo de reanimar imagens e fantasmas de danças do passado por meio da escrita. o desejo se torna mais urgente ao longo do isolamento social que nos tolheu […]