parto

  • .: Sombras do parto

    Sombras do parto

    Gleyccielli Nonato Guató

    Quando uma mulher dá à luz, seu corpo se quebra em milhares de pedaços.
    Seu coração salta bombardeando sentimentos, ainda… às vezes… e talvez… obscuros.
    Incompreendidos. Bons e ruins.
    O que mais lhe causa medo é a insegurança.
    A certeza de que a partir daquele dia
    tudo estará incerto.
    Mil e uma coisas passam por […]

  • .: Santíssima

    Santíssima

    Paulliny Tort

    Elas não têm com quem contar a não ser com as minhas mãos, essas palmas lisas de esfregar roupa, arear panela, carregar tinas, baldes, bacias, capinar terreiro, depenar galinha. Tenho gosto por lavar roupa, por revolver a terra e por tudo o que as minhas mãos apanham, vai ver por isso Deus me deu o […]

  • .: Beluga

    Beluga

    Andrea Nathan

    O parto do Gustavo foi liso, o que no jargão dos obstetras significa tranquilo, sem intercorrências. Da banheira oval da maternidade, passei à sala cirúrgica. Força, descansa, força, descansa, força, força, força! Lá estava ele, branquinho, corado, túrgido e roliço como uma beluga. Agarrou o peito com voracidade, agitando as pernas e os bracinhos nus. […]

  • .: Quebrar resguardo

    Quebrar resguardo

    Carina Carvalho

    como fosse a carne imenso
    instrumento reverberando vozes que passam a ser […]

  • .: Chorar como um bebê

    Chorar como um bebê

    Flávia Péret

    Faltam poucas horas para o bebê nascer. São 22h52. Até aquele horário, você ainda não tinha sentido a primeira contração. Você estava relativamente calma. Próximo à meia-noite, você resolve se deitar um pouco, acreditando que faltariam ainda muitas horas pra ir pro hospital. O médico foi taxativo. Você só vai pra maternidade quando a dor […]

  • .: O começo do outro

    O começo do outro

    Val Prochnow

    eu fui aquilo que jamais ousei. era algum lugar impreciso e o corpo sabia. o começo do outro, o vazio daquela barriga impossível. eu já não fui. sentada numa cadeira vermelha da cor do sangue que ainda despenca entre as pernas, eu não sabia
    que o sangue ainda permaneceria. eu fui o sangue. […]

  • .: Começo e violência

    Começo e violência

    Marina Guimarães

    Não quis marcar a data do parto do meu segundo filho. Na minha primeira gravidez, cheguei à 42ª semana sem contrações nem nenhum “sinal de parto”, e o médico indicou a cesariana. Os índices de cesariana no Brasil chegam a 95%, o maior índice de todo o mundo. Entrei para essa estatística. […]

  • .: Relicário

    Relicário

    Hildália Fernandes

    Antes de tudo, deixe-me apresentar-me. Sou a duquesa Labalábá. O nome herdei da bisa e faz referência e presta reverência à Ọya que rege e protege a minha família desde tempos muito antigos, ainda no continente africano. Dela herdamos, também, a coragem, a ousadia, a independência e o trato com a morte. Somos mulheres-búfalo. […]

  • .: Da dor e do amor

    Da dor e do amor

    Dulci Lima

    Nascemos. Em abril de 2013, minha filha e eu nascemos, ela para o mundo e eu como mãe. Nunca almejei ser mãe, não sonhei ter filhos. Gostava mais das brincadeiras de rua e de professora do que de bonecas. Amava mesmo os livros!
    Minha filha foi um acontecimento inesperado, resultado de um amor não correspondido […]