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puerpério
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.: Marés
Marés
Virna LinsFalar sobre maternidade é como atravessar as dunas de areia sobre pernas de pau. É preciso encontrar um equilíbrio entre as ideias e compreender sensações até então desconhecidas; permitir ser invadida por uma enxurrada de lembranças e reconhecer tantos sentimentos “à flor da pele” – que transbordam diariamente. Organizar isso em palavras não é simples […]
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.: Quebrar resguardo
Quebrar resguardo
Carina Carvalhocomo fosse a carne imenso
instrumento reverberando vozes que passam a ser […] -
.: Quarto trimestre
Quarto trimestre
Carina Carvalhosonho com uma praia de areia e luzes vermelhas e pessoas esperando o início de um evento. inquieta, eu percebia que estava ali há muitas horas e não tinha deixado leite para Ícaro. alguém dizia para não me importar com algo assim, que ele ficaria bem onde estivesse. eu seguia receosa e sentindo culpa. […]
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.: Pero las madres sabemos que no – Um coro de leitoras
Pero las madres sabemos que no – Um coro de leitoras
Regiane IshiiQueria escrever um email para meu filho de três anos. Não como correspondência para o futuro ou exercício de elaboração do turbilhão de emoções que ele me desperta. Meu desejo vem da aposta nas palavras escritas e lidas. Um êxtase em vislumbrar alguma legitimação, um ponto de encontro em nossos caos, mesmo sabendo que nunca […]
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.: Chorar como um bebê
Chorar como um bebê
Flávia PéretFaltam poucas horas para o bebê nascer. São 22h52. Até aquele horário, você ainda não tinha sentido a primeira contração. Você estava relativamente calma. Próximo à meia-noite, você resolve se deitar um pouco, acreditando que faltariam ainda muitas horas pra ir pro hospital. O médico foi taxativo. Você só vai pra maternidade quando a dor […]
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.: Gravilândia
Gravilândia
Patrícia Azevedo da SilvaQuando engravidei, o mundo parou numa espécie de fricção de onde se soltaram uns pós e – earthseeds – caíram na terra. […]
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.: Falar o quê?
Falar o quê?
Débora BraunQuando apenas balbucio, uso as palavras sem dominar completamente o seu sentido. Não sei nomear o que sinto. Luz e escuro, dia e noite, quente e frio, aberto e fechado, prazer e dor. […]
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.: Departamento de especulação [fragmento]
Departamento de especulação [fragmento]
Jenny OffillOs olhos da bebê eram escuros, quase pretos, e, quando eu a amamentava de madrugada, ela olhava para mim de um jeito surpreso, náufrago, como se meu corpo fosse a ilha para onde ela tivesse sido arrastada. […]
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.: Tom Sereno
Tom Sereno
Fernanda de Almeidame, Sereno. Que eu chamo baixinho enquanto deixo a água cair barulhenta sobre a barriga redonda e imensa. Barriga-casa. Corpo-mãe. Teus chutes inesperados enquanto meu sono chega. O estômago esmagado, tentando digerir a janta e os dias – essa contagem regressiva que tantas vezes me apavora. […]